segunda-feira, 18 de abril de 2011
Dreamer
A mulher amada
tinha cabelos longos
que desciam pela vertente dos ombros;
escorriam rápidos a tortuosos
até a ponta dos seios
e se espalhavam ao redor da ansiedade.
Estes eram os cabelos da mulher amada.
Eles ficavam volumosos,
quando se enchiam de amor,
e caíam como uma ducha
sobre os corpos cansados.
Mas onde está a mulher amada?
Para onde a levaram?
E porque a esconderam de mim?
Eu a tinha visto
com os seios nus
e os olhos tão ferozes
quanto os de uma loba no cio.
As unhas eram longas,
como se ela quisesse dilacerar alguém,
mas o púbis, deliciosamente acarinhado,
se umedecia de compaixão.
Mas para onde levaram a mulher amada?
Para que tipo de vida,
mais apaixonante do que a minha,
a levaram?
E porque a levaram?
As minhas horas estão vazias
como as noites solitárias
num quarto de dormir.
Elas parecem as mesmas
mas o homem não é mais o mesmo.
Ele é apenas
a janela do quarto
aberta para um pátio
onde a lua brilha
para seus olhos fechados.
Nada mais.
e é isso
neste abril
de olhos fechados
e nada mais
1/2 beijo
aNTONIocARLos
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