terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Você tem medo...
Você tem medo de se apaixonar...
Medo de sofrer
o que não está acostumada.
Medo de se conhecer
e esquecer outra vez.
Medo de sacrificar a amizade.
Medo de perder
a vontade de trabalhar,
de aguardar que alguma coisa
mude de repente,
de alterar o trajeto
para apressar encontros.
Medo se o telefone toca,
se o telefone não toca.
Medo da curiosidade,
de ouvir o nome dele
em qualquer conversa.
Medo de inventar desculpa
para se ver livre do medo.
Medo de se sentir observada
em excesso,
de descobrir que a nudez
ainda é pouca
perto de um olhar insistente.
Medo de não suportar
ser olhada
com esmero e devoção.
Nem os anjos, nem Deus
aguentam uma reza
por mais de duas horas.
Medo de ser engolida
como se fosse líquido,
de ser beijada
como se fosse líquen,
de ser tragada
como se fosse leve.
(...)
Vocè tem medo de se apaixonar
e não prever o que poderá sumir,
o que poderá desaparecer.
Medo de se roubar para dar a ele,
de ser roubada e pedir de volta.
Medo de que ele seja um canalha,
medo de que seja um poeta,
medo de que seja amoroso,
medo de que seja um pilantra,
incerta do que realmente quer;
talvez todos em um único homem,
todos um pouco por dia.
Medo do imprevisível
que foi planejado.
Medo de que ele morda os lábios
e prove seu sangue.
Você tem medo
de oferecer o lado mais fraco
do corpo.
O corpo mais lado
da fraqueza.
Medo de que ele seja
o homem certo
na hora errada,
a hora certa
para o homem errado.
Medo de se ultrapassar
e se esperar por anos,
até que você antes disso
e você depois disso
possam se coincidir novamente.
Medo de largar o tédio;
afinal você e o tédio, enfim,
se entendiam.
Medo de que ele
inspire a violência da posse,
a violência do egoísmo,
que não queira repartí-lo
com mais ninguém,
nem com o passado dele.
Medo de que não queira
se repartir com mais ninguém,
além dele.
Medo de que ele seja
melhor do que as suas respostas,
pior do que as suas dúvidas.
Medo de que ele não seja vulgar
para escorraçar,
mas deliciosamente rude
para chamar,
que ele se vire
para não dormir,
que ele acorde
ao escutar a sua voz.
Medo de ser sugada
como se fosse pólen,
soprada como se fosse brasa,
recolhida como se fosse paz.
Medo de ser destruída,
aniquilada,
devastada,
e não reclamar
da beleza das ruínas.
Medo de ser antecipada
e ficar sem ter
o que dizer.
Medo de não ser
interessante o suficiente
para prender
a atenção dele.
Medo da independência dele,
de sua algazarra,
de sua facilidade
em fazer amigas.
Medo de que ele
não precise de você.
Medo de ser
uma brincadeira dele
quando fala sério
ou que banque o sério
quando faz uma brincadeira.
Medo do cheiro
dos travesseiros.
Medo do cheiro
das roupas.
Medo do cheiro
nos cabelos.
Medo de não respirar
sem recuar.
Medo de que o medo
de entrar no medo
seja maior do que o medo
de sair do medo.
Medo de não ser
convincente na cama,
persuasiva no silêncio,
carente no fôlego.
Medo de que a alegria
seja apreensão,
de que o contentamento
seja ansiedade.
Medo de não soltar as pernas
das pernas dele.
Medo de soltar as pernas
das pernas dele.
Medo de convidá-lo a entrar,
medo de deixá-lo ir.
Medo da vergonha que vem
junto com a sinceridade.
Medo da perfeição
que não interessa.
Medo de
machucar, ferir, agredir
para não ser
machucada, ferida, agredida.
Medo de estragar
a felicidade
por não merecê-la.
Medo de não mastigar
a felicidade
por respeito.
Medo de passar pela
felicidade
sem reconhecê-la.
Medo do cansaço
de parecer inteligente
quando não há
sobre o que opinar.
Medo de interromper
o que recém iniciou,
de começar o que terminou.
Medo de faltar à aula
e mentir como foram.
Medo do aniversário
sem ele por perto,
do convívio
sem alguém
para se mostrar.
Medo de enlouquecer sozinha...Não há nada mais triste do que enlouquecer
sozinha.
É...
Acho que você tem medo...
De já estar apaixonada.
Medo de Se Apaixonar, do livro "O Amor Esquece de Começar"~ Carpinejar
antoniOCarlos
em fevereiro sem MEDO
de ser feliz...
Frase do dia: Se um homem bate na mesa e grita, está impondo controle. Se a mulher faz o mesmo, está perdendo o controle...
Música : STOLLEN KISS ~Ernesto Cortazar
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Eu adoro esse texto.... ;)
ResponderExcluirsaudades!!
bjs..
"El Profeta"...libro pequeñito cargado de enorme sabiduría, también forma parte de mi bagaje de recuerdos emotivos...de aquellas épocas de estudios...esas que te realaté con ganas y con garra...rsS!
ResponderExcluirSé que tengo al pequeño gran Profeta en algún lugar de la biblioteca...voy a ver si consigo reflotarlo...mejor dicho, reprofetizarlo...rsS!
Tony, dudé entre dejar mi RAZÓN y mi PASIÓN (es decir las de Gibrán que estoy haciendo mías) rsS! En Español, en portugués, o en libanés...rsS!
Opté por la versión en portugués, me pareció más fofa...la versión en libanés acabaría con cualquier razón, procurando entender...que decir de la pasión? Se ahogaría en su propio fuego en el intento!
ahahahahahahahaha!
Una dulzura la música que elegiste!
Tiene sonido de tierna melancolía...rsS!
Razão e Paixão
**
Vossa alma é,muitas vezes,
um campo de batalha,no qual
vossa razão e vosso julgamento
entram em guerra contra vossa paixão
e vosso desejo.
Se eu pudesse,seria o pacificador
da vossa alma.Se eu pudesse,
transformaria a discórdia
e a rivalidade dos vossos elementos
em unidade e melodia.
Mas como poderia,a não ser que vós
mesmos também sejais o pacificador,
ou,os amantes de todos os vossos
elementos?
Vossa razão e vossa paixão
são o leme e as velas da vossa
alma navegadora.
Se as vossas velas ou vosso leme
estiverem quebrados,podereis apenas
ser sacudidos e sem rumo,ou até mesmo
ficar presos em uma calmaria
no mar interior.
Pois a razão, governando sozinha,
é uma força que confina;e a paixão,
sem cuidado,é uma chama que queima
até destruir.
Portanto,deixai que vossa alma
exalte vossa razão até a altura
da paixão,para que ela possa cantar;
E que a vossa paixão seja dirigida
pela razão,para que vossa paixão
possa viver a sua própria
ressurreição diária,e como a fênix,
ressurja de suas próprias cinzas.
Gostaria que considerásseis vosso
julgamento e vosso desejo como dois
hóspedes amados em vossa casa.
Certamente, não venerais mais
um hóspede que outro,pois aquele
que respeita um mais que o outro
perde o amor e a fé de ambos.
Entre as colinas,quando vós sentardes
à sombra fresca dos brancos álamos,
compartilhando da paz e da serenidade
dos campos distantes- deixai
que vosso coração diga em silêncio:
"Deus descansa na razão".
E quando vier a tempestade,
e o poderoso vento sacudir a floresta,
e o raio e o trovão proclamarem
a magestade do céu - deixai
que vosso coração diga em adoração:
"Deus move-se com paixão".
É como sois um sopro da esfera de Deus,
e uma folha na floresta de Deus,
também deveis descansar na razão
e mover-vos na paixão.
(Khalil Gibran -O Profeta)
Olá, moço bonito
ResponderExcluirMuito bonito, grandes verdades...rss
Bjo, inteiro.
pq a gente tem tantos medos???
ResponderExcluirchato isso né...perdemos tanto da vida...
beijo
se cuida....
Andréa e "Astolfo"