O que eu,
em minha soberba racionalista
nem sequer podia imaginar,
é que civilizações
muito anteriores à nossa,
por não perderem o seu tempo
com as ilusões da casca,
chegaram a conhecer,
muito mais profundamente
do que nós,
a essência da vida
que passados
mais de seis mil anos
é exatamente a mesma.
O que eu,
em minha vaidosa
ignorância intelectual,
não sonhava,
é que assim na terra como no céu,
as coisas acontecem
dentro de uma ordem sublime,
que os gregos chamavam de KAOS,
e que só o fato de saber que ela existe
pode tirar uma pessoa
de uma depressão severa,
ou trazer a vontade
de viver novamente a alguém
que já a tinha perdido.
Conhecer velhos deuses esquecidos
pode iluminar as trevas
em que o acaso nos jogou.
Pode dar significado,
e de uma hora para outra
nos mostrar que ao invés
de termos motivos
para chorar e reclamar,
o que deveríamos realmente fazer
é cair de joelhos em gratidão eterna
pela sabedoria suprema
que nos manda o que precisamos
na hora exata de transformar
chumbo em ouro.
Nosso drama não é tão particular assim,
na verdade pertence a toda a nossa espécie, e,
portanto, não precisa ser tão dramático assim.
As situações que enfrentamos
tem início, meio, fim e,
principalmente, finalidade.
Não, não estamos apanhando em vão.
A vida sabe o que está fazendo,
e na hora em que compreendemos
os seus motivos,
o Sol volta a brilhar para nós.
O que nos joga na lona
não são as dificuldades.
Problemas sempre existiram,
e provavelmente sempre existirão.
O que nos derruba
é não ver a luz no fim do túnel,
ou a sensação surda
de que Deus nos abandonou
ou está nos punindo por algo
que não sabemos o que é.
Os deuses da mudança não punem,
eles nos amam.
E em seu amor,
não se conformam
com a nossa acomodação.
Querem o nosso melhor,
e para isso
nos fazem dar o melhor.
A hora é de mudança.
A hora é de dizer sim à vida.
Tem outro jeito?
Trânsitos astrológicos: A hora de dizer sim à vida - Maltz
Existem algumas pessoas,
sentimentos, lugares,
situações, palavras e atos
que precisam existir.
Se não existissem,
precisariam ser inventados.
E cada momento que a gente vive é único,
e mesmo o velho fica novo
diante do tempo presente.
E mesmo o beijo
vira outra coisa,
e mesmo o desejo
reaparece como a saudade
do que nunca se sentira antes.
E quando a gente
olha, respira, pega
e sente que existe,
sente que a gente existe também.
Talvez mais nos outros
do que em nós.
Talvez mais nos olhos
ou no desejo feroz.
Pessoas que nos fazem sentir,
nos fazem sorrir
nos fazem viver
ou renascer
nas horas mais imprevisíveis,
num suspiro na madrugada
nos fazem ser, nos fazem ver.
Que nos apresentam o momento
escancarando as janelas
e nos deixando ver
quão lindo estão (são)
todos os dias lá fora,
mesmo os mais chuvosos.
É isso...
Obrigado
De coração
Moça Bonita
Ah! Teus olhos...
Ah! Carlos
Março
2o1o
Música : SANTA MARIA - Gothan Project - Tema do filme SHALL WE DANCE