Tony Bennett & Stevie Wonder
Não está disposto
na lei da vida
que duas pessoas
que se amam,
sabem amar.
Que uma delas não saiba,
e olha a relação
rolando pela ribanceira !
O normal
é as duas não saberem.
O raro é as duas saberem,
escassos exemplos de relação
em que a maturidade
não interfere na intensidade.
O habitual
é uma saber e agüentar
o rojão pela outra.
Amar quase sempre
atrapalha
a sabedoria do amor.
Porque amar
é um sentimento
de necessidade
nem sempre atendidas
de carência compensada,
doação exercida
ou entrega salvadora.
E isso é intenso demais
para coabitar
com a sabedoria do amor.
Saber amar!
Quanta gente prefere viver
com alguém que sabe amar,
mesmo que não o ame!
Quanto amor
pode brotar da relação
com quem sabe amar!
Quem sabe amar,
pode até realizar o milagre
de acabar recebendo
o amor de quem não o ama,
ou ama e não sabe,
porque quem sabe amar
conhece a linguagem sutil
do que está adormecido no outro,
em estado
de conto de fadas,
carência,
infância,
flor
ou adivinhação.
Sabe amar
quem sabe o outro
sem deixar de ser
quem é.
Saber amar
e conhecer o amor
como forma de arte.
O amor é apenas
um sentimento.
Mas saber amar
é uma criação,
uma estética do amor.
Saber amar
tanto é a flor
na hora certa,
o presente
fora de hora
ou a compreensão
do desamor,
do cansaço
e dúvida passageira.
Mas é,
com segurança absoluta,
o olhar fundo do sentimento,
o carinho preciso,
a mão firme,
a pele dialogando
de igual para igual,
gritando ou sussurrando
conforme a hora;
é a temperatura
da paz recobrada.
Saber amar,
não é a aceitação
passiva do outro.
É a existência ativa
do amor latente.
Saber amar,
implica conhecer virtudes
que o amor agudo não sabe:
esperar,
deixar fluir,
não invadir as dúvidas,
não abafar
nem impedir
(ainda que com carinho)
que a outra parte
ejete à tona
a angústia ou a dor.
Quem ama
desaba junto.
Que sabe amar
suporta esse desamor,
se passageiro, é claro,
porque quem sabe amar
conhece a medida exata
dos orgulhosos
que valorizam o amor.
Nada é pior
que a desistência
de quem sabe amar
do que o ferimento
ou a indiferença provocados
em quem ama.
Quem ama
tolera ser maltratado.
Quem sabe amar,
jamais.
Este jamais permanecerá
com quem maltrata
porque quer ser maltratado.
Quem ama,
quando cansa,
pode voltar a amar.
Quem sabe amar,
quando desliga
é para sempre.
E mais fácil afrontar
a quem ama
(um estado no qual
todos ficamos
meio sem caráter)
do que
a quem sabe amar.
Este conhece tanto
a importância de seu sentimento,
que quando o retira,
machucado,
incompreendido
ou ferido de morte,
é para sempre.
Quem ama
é mais inocente
do que quem sabe amar.
Mas quem sabe amar
é capaz de maldades maiores,
a partir do momento
em que desiste.
Desiste de saber amar,
porque pode
até continuar amando.
Cuidado com quem ama!
Mas cuidado maior
com quem sabe amar !
Quem perde um amor
perde muito menos
do que quem perde alguém
que sabe amar.
Saber amar não é depender.
Não é ser servil.
Não é viver agradando.
Não é fazer o que o outro quer.
Saber amar
é ter as reações certas,
de reação e crítica;
é ocupar todo o espaço
e no tempo do sentimento
e da emoção do outro.
Saber amar
é aquela parte que,
partindo do amor,
procura a parte do outro
que um dia saberá amar.
E a encontrando
tem paciência,
afeto e tolerância com ela.
A menos que descubra
que ela não merece.
Porque saber amar
é também ter a coragem
das renúncias,
bravura que raramente
tem quem
apenas ama.
[Artur da Távola]
e você?
ama
ou ainda não sabe
me amar?
AntonioCarlos
2o1o
e continuamos a dançar...
hummm
tum tum tum
DESCULPA, MAS SOU OBRIGADA A ROUBAR OS SEUS POEMAS PARA MEU PERFIL,SÃO TODOS MUITO LINDOS!!! ADOROOOO
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