quarta-feira, 4 de maio de 2011

Desenredo

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Primeiro você me azucrina,
Me entorta a cabeça,
Me bota na boca um gosto amargo de fel.


Depois vem chorando desculpas,
Assim meio pedindo,
Querendo ganhar um bocado de mel.


Não vê que então
Eu me rasgo, engasgo, engulo,
Reflito e estendo a mão.


E assim nossa vida é um rio secando,
As pedras cortando,
E eu vou perguntando até quando.


São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo,
Arrasando aos poucos o nosso ideal.


São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos,
Num jogo de culpa que faz tanto mal.


Não quero a razão pois eu sei
O quanto estou errado,
O quanto já fiz destruir.


Só sinto no ar
O momento em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir.


Veja bem,
Nosso caso é uma porta entreaberta,
Eu busquei a palavra mais certa,
Vê se entende o meu grito de alerta.


Veja bem,
É o amor agitando meu coração,
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não.


Veja bem,
Nosso caso é uma porta entreaberta,
Eu busquei a palavra mais certa,
Vê se entende o meu grito de alerta.


Veja bem,
É o amor agitando meu coração,
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não.




Grito de Alerta - Gonzaguinha


2011
antoniOCarlos


no rádio toca:


vai passar
na avenida um samba popular
cada parelelpido da velha cidade
esta noite vai se arrepiar
ao lembra que aqiu passarm seus imortais


um tempo
pagina infeliz da nossa estoria
dormia a nova raça
oh mãe tão distraida
sem perceber que era substraida...

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