"Quando alguém encontra algo
de que realmente necessita,
não é o acaso que tal proporciona,
mas a própria pessoa;
seu próprio desejo
e sua própria necessidade
a conduzem a isso."
"O medo da loucura,
na maioria das vezes,
outra coisa não é
senão o próprio medo de viver,
de enfrentar as exigências
de nosso aperfeiçoamento,
de dominar nossos instintos.
Entre a ingenuidade
da vida instintiva
e aquilo que deveríamos
conscientemente
e constantemente
nos esforçar para atingir,
medeia sempre um abismo.
Não conseguimos atravessá-lo
lançando sobre ele uma ponte.
Mas, uma em cem vezes,
podemos tentar saltá-lo.
E para cada tentativa
precisamos de ter coragem.
E antes de cada salto
havemos de sentir
algum medo."
"A nada pode o homem amar
como a si próprio.
A nada pode temer
como a si mesmo.
Assim surgiu,
juntamente com
outras miitologias,
mandamentos
e religiões primitivas,
também aquele sistema
de tradições e ritos,
segundo o qual
o amor de cada pessoa
a si mesma
- amor sobre o que
repousa a vida
- pareceu coisa
proibida ao homem,
algo a ser, portanto,
escondido, ocultado e,
de algum modo,
mascarado.
Amar os outros
passou a ser a coisa melhor,
moralmente mais certa,
mais nobre do que
amar-se a si mesmo.
E já que o amor a si próprio
era o exercício do instinto primitivo e,
a seu lado, jamais podia
o amor ao próximo
ser diretamente cultivado,
descobriu o homem
uma espécie
de amor próprio mascarado,
sublimado, estilizado,
sob a forma de amar ao próximo,
às avessas...
E assim a família,
o clã, a aldeia,
a comunidade religiosa,
o povo, a nação
transformaram-se
numa espécie de santuário."
"Exigimos que a vida
tenha um sentido
- mas ela, na verdade,
só tem sentido bastante,
quando somos capazes
de a ela nos entregar.
Uma vez que o indivíduo
só pode realizar o imperfeito,
tem-se procurado,
nas religiões e filosofias,
responder a todas as questões
de alguma maneira satisfatória.
Tais respostas giram todas
em torno da mesma coisa:
só graças ao amor
é que pode a vida
encerrar algum sentido.
Vale dizer:
quanto mais dispostos
estivermos a amar
e a nos entregar ao amor,
tanto mais plena de sentido
será a nossa vida."
"O amor não deve pedir
nem tampouco exigir.
Há de ter força
de chegar em si mesmo à certeza
e então passa a atrair
em vez de ser atraído."
"Quando desejamos algo,
só poderemos querer isso
com suficiente intensidade
e realizar este desejo
quando ele realmente
existir em nós
e todo o nosso ser
se achar penetrado por ele.
Quando isso acontece,
quando intentamos algo
que nos é ordenado
de dentro de nosso próprio ser,
acabamos por consegui-lo
e podemos atrelar nossa vontade
como se fosse um animal de tiro."
Hermann Hesse
e é isso
apenas isso
moça bonita
Nenhum comentário:
Postar um comentário