quinta-feira, 23 de junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
sexta-feira, 10 de junho de 2011
quinta-feira, 9 de junho de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Um Dia De Domingo
CARNE
Que importa
se a distância
estende entre nós
léguas e léguas
Que importa
se existe entre nós
muitas montanhas?
O mesmo céu nos cobre
e a mesma terra
liga nossos pés.
No céu e na terra
é a tua carne
que palpita
Em tudo eu sinto
o teu olhar se desdobrando
na carícia violenta do teu beijo.
Que importa
a distância
e que importa a montanha
se tu és
a extensão da carne
Sempre presente...
Vinícius .
no entanto....
eu preciso te encontrar
para andar de encontro ao vento
e é assim...
sempre...
beijos
AntônioCarlos
terça-feira, 7 de junho de 2011
Memories of Green
Lá no fundo está a morte,
mas não tenha medo.
Segure o relógio com uma mão,
pegue com dois dedos o pino da corda,
puxe-o suavemente.
Agora se abre outro prazo,
as árvores soltam suas folhas,
os barcos correm regata,
o tempo como um leque
vai se enchendo de si mesmo
e dele brotam o ar,
as brisas da terra,
a sombra de uma mulher,
o perfume do pão.
Que mais querer,
que mais quer?
Amarre-o depressa a seu pulso,
deixe-o bater em liberdade,
imite-o anelante.
O medo enferruja as âncoras,
cada coisa que pôde ser alcançada
e foi esquecida
começa a corroer
as veias do relógio,
gangrenando o frio sangue
de seus pequenos rubis.
Lá no fundo está a morte
se não corremos,
e chegamos antes
e compreendemos
que já não tem importância. ...
Julio Cortázar
e é isso moça bonita
o medo enferruja as âncoras
neste mar de medo e fúria
na indecisão de nossas vidas
não é?
beijos
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Vou Ficar Nu Para Chamar Sua Atenção
CONFITEOR
Esqueço meus
animais trancados
Minha mão
alimentante vaga
entre outras idéias,
outras sagas.
Esqueço
quem conquistei,
esqueço
animais trancados.
Acostumo,
adestro
e amestro,
faço mil exigências
e não perdôo.
Depois enjôo.
Deixo-os chorando
sobre o pão e o prato.
E parto
Por quê matar
e depois chorar
de saudade?
E matar em si também
tantas histórias,
como quem
se nega o alimento,
ou entrega
o próprio filho ao leito
para entregá-lo
ao fuzilamento?
E potes de cinzas,
quantos possuo
espalhados pelo jardim,
sob a cama,
e dentro das gavetas
também,
ai de mim,
ai de todos
que deixei
coletando as lágrimas
com que fiz
tristes colares
que apertam o pescoço!
Sofri muito
e vivi só
a maioria
dos meus anos,
bradando,
fazendo alvoroço...
Mas confesso
que tenho no peito
um assassino instinto
que preza chorar
os animais extintos,
sem lembrar
que é minha
a ânsia
de matar.
in EU NO ESPELHO, 1999
Clélia Ronamo
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
e é isso?
Você não viu?
Você não ouviu?
...prá chamar sua atenção!
Antonio Carlos
...
2011
sexta-feira, 3 de junho de 2011
My Little Boat
Um final de tarde
Sol amarelo e quase fraquinho
Brisa leve soprando gostoso
Palmeiras desalinhadas
Teus cabelos desalinhados
Uma praia qualquer do Nordeste
O mar de esmeralda espumante
Ao fundo canta Karrin Allyson
Te abraço
Esperamos a noite
Ver estrelas abraçados
é tão bom
e o barquinho vai.
Não é moça bonita?
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Eu não Vou Mais Deixar Você Tão Só
Por que, á luz de um sol de primavera
Urna floresta morta? Um passarinho
Cruzou, fugindo-a, o seio que lhe dera
Abrigo e pouso e que lhe guarda o ninho.
Nem vale, agora, a mesma vida, que era
Como a doçura quente de um carinho,
E onde flores abriram, vai a fera
— Vidrado o olhar — lá vai pelo caminho.
Ah! quanto dói o vê-la, aqui, Setembro,
Inda banhada pela mesma vida!
Floresta morta a mesma cousa lembro;
Sob outro céu assim, que pouco importa,
Abrigo á fera, mas, da ave fugida,
Há no meu peito urna floresta morta.
Pedro Kilkerry
é isso moça bonita
e nunca mais eu vou deixar você
tão só...
beijo
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Magic
Por que este nome, ao sol?
Tudo escurece
de súbito na casa.
Estou sem olhos.
Aqui decerto guardam-se guardados
sem forma, sem sentido.
É quarto feito
pensadamente para me intrigar.
O que nele se põe assume outra matéria
e nunca mais regressa ao que era antes.
Eu mesmo, se transponho
o umbral enigmático,
fico a ser, de mim desconhecido.
Sou coisa inanimada, bicho preso
em jaula de esquecer, que se afastou
de movimento e fome.
Esta pesada
cobertura de sombra nega o tato,
o olfato, o ouvido.
Exalo-me.
Enoiteço.
O quarto escuro em mim habita.
Sou
o quarto escuro.
Sem lucarna.
Sem óculo.
Os antigos
condenam-me a esta forma de castigo.
Carlos Drummond de Andrade
e é isso moça bonita
enquanto isso...
EXALO-ME!
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