sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eden






Tuas mãos...

Quando tuas mãos saem,
amada, para as minhas,
o que me trazem voando?

Por que se detiveram
em minha boca, súbitas,
e por que as reconheço
como se outrora então
as tivesse tocado,
como se antes de ser
houvessem percorrido
minha fronte e a cintura?

Sua maciez chegava
voando por sobre o tempo,
sobre o mar, sobre o fumo,
e sobre a primavera,
e quando colocaste
tuas mãos em meu peito,

reconheci essas asas
de paloma dourada,

reconheci essa argila
e a cor suave do trigo.

A minha vida toda
eu andei procurando-as.


Subi muitas escadas,
cruzei os recifes,
os trens me transportaram,
as águas me trouxeram,
e na pele das uvas
achei que te tocava.

De repente

a madeira
me trouxe

o teu contacto,
a amêndoa

me anunciava
suavidades

secretas,

até que
as tuas mãos
envolveram
meu peito
e ali
como duas asas
repousaram
da viagem.

Pablo, o Neruda
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e é isso...
antoniOCarlos

7embro

2miledezzzzzzzzzzzzz


Verba volant, scripta manent
”As coisas que não existem são mais bonitas.”

(FELISDÔNIO)


Você por exemplo moça e BONITA...que só existe mesmo é na minha imaginação, cabeça e coração...

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