Tuas mãos...
Quando tuas mãos saem,
amada, para as minhas,
o que me trazem voando?
Por que se detiveram
em minha boca, súbitas,
e por que as reconheço
como se outrora então
as tivesse tocado,
como se antes de ser
houvessem percorrido
minha fronte e a cintura?
Sua maciez chegava
voando por sobre o tempo,
sobre o mar, sobre o fumo,
e sobre a primavera,
e quando colocaste
tuas mãos em meu peito,
reconheci essas asas
de paloma dourada,
reconheci essa argila
e a cor suave do trigo.
A minha vida toda
eu andei procurando-as.
Subi muitas escadas,
cruzei os recifes,
os trens me transportaram,
as águas me trouxeram,
e na pele das uvas
achei que te tocava.
De repente
a madeira
me trouxe
o teu contacto,
a amêndoa
me anunciava
suavidades
secretas,
até que
as tuas mãos
envolveram
meu peito
e ali
como duas asas
repousaram
da viagem.
Pablo, o Neruda
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e é isso...
antoniOCarlos
7embro
2miledezzzzzzzzzzzzz
Verba volant, scripta manent
”As coisas que não existem são mais bonitas.”
(FELISDÔNIO)
Você por exemplo moça e BONITA...que só existe mesmo é na minha imaginação, cabeça e coração...
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