quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Moonlight




Síndrome da Solidão.




Não importa
se está
solteiro ou casado.


Não importa
se tem muitos
ou poucos amigos.


Nem tampouco
se é introvertido
ou extrovertido.


A síndrome da solidão
não tem a ver
com convites
para festas e baladas
ou a ausência deles.


Justamente num tempo
em que o mundo
está cada vez mais
globalizado,
em que as facilidades
para os encontros
são inúmeras
e de diversas formas,
parece que
a maioria das pessoas
está,
cada uma
no seu grau,
sofrendo de solidão.


A carência
parece nos consumir
em desejos
que inexplicavelmente
não se realizam
e numa saudade
que a gente
nem sabe de que,
de onde
ou de quem.


Buscamos o outro
sem encontrá-lo,
ainda que vivamos
um sem número
de relações.


Este outro,
tão esperado,
parece nunca chegar.


Ou melhor, às vezes
parece nem existir.


O velho e bom carteiro
continua passando
todos os dias.


Temos telefone,
fax e computador.


Dentro dele,
os e-mails,
as salas de bate-papo,
os sites de encontros,
o orkut,
o gazzag,
o multiply
e o msn.


Temos também
blogs, fotologs
e skype.


Instalamos câmara,
microfone
e colecionamos
uma lista interminável
de amigos


(alguns que a gente
nem sabe quem são...
mas vale mantê-los
porque nos dão
a sensação de
"estar junto").




Tudo para tentar aplacar
este eco interior.


Qualquer coisa
que preencha o vazio,
o abismo que insiste
em nos separar


de alguém
que já fomos um dia
ou - pior! -
que gostaríamos
de ser,
mas não sabemos
como construir,
enfim,
a ponte.


Creio que este seja
o primeiro passo.


Precisamos aprender
a construir as pontes.


Pontes que nos levem
até onde desejamos chegar,
especialmente
do outro lado
de nós mesmos.


Estamos sempre
do lado de fora,
procurando,
olhando,
observando,
acusando,
apontando,
amando,
desejando,
rindo e chorando
...
sempre do lado de fora
...


Basta uma conversa,
uma situação,
um encontro
...
e lá estamos nós
falando do que
o outro fez,
do que
o outro disse,
de como
o outro
nos faz sentir.


Basta uma nova paixão
ou uma velha briga
com quem já está
ao nosso lado
para encontrarmos
todas as justificativas
no outro.


Não temos as pontes,
as benditas pontes.


Caramba!


Nem tentamos construí-las.


Simplesmente
nos acomodamos
com as facilidades
dos encontros
sem laços
sem nos darmos conta
de que
o único encontro necessário
não tem acontecido há anos,
há muito,
muito tempo!


E assim,
muitos estão morrendo,
ou melhor,
se matando de solidão
no meio
da multidão.


Paradoxal?


Lamentável?


Pode até ser!


Mas as saídas existem,
eu tenho certeza!


Você pode
encontrar a sua.


Eu posso
encontrar a minha.


Só que,
definitivamente,
tem de ser dentro
e não fora!!!


Temos confundido
liberdade e amor-próprio
com egoísmo
e individualismo.


Olhamos constantemente
para o outro,
mas não conseguimos
vê-lo verdadeiramente
porque somente
poderemos enxergar alguém
- quem quer que seja
- depois de termos
nos enxergado.


Falta nos
responsabilizarmos.


Falta parar
com essa mania
irritante
de acreditar
que o outro
é o causador dos fatos
em nossa vida.


E assim,
quando finalmente
começarmos a olhar
para tudo
o que nos acontece
com um pouco mais
de propriedade,
estou certa
de que a solidão
diminuirá
consideravelmente...


Porque permitiremos
a aproximação
das pessoas
sem tantas ressalvas
e compreenderemos que
somos todos um


e que sozinhos,
fechados
em nossa concha pessoal
não somos ninguém,


nossa existência
perde qualquer sentido.


Não faz link;
não tem significado
nem importância,
porque perdemos
a chance preciosa
de compartilhar
nosso coração.


Sugiro que você
aposte mais
na delícia
dos encontros,
mas comece hoje,
agora,
a construir pontes
pelas quais você
possa passar
...
atravessar o abismo
que sente aí dentro
...
Porque do outro lado,
está certamente
a sua imensa
capacidade de mudar
qualquer situação
para melhor.


E que esta mudança
inclua a humildade
que requer a convivência
...
para definitivamente
conseguir
sentir bem mais
amor
e bem menos
solidão.


E quem sabe então,
possa compreender,
enfim,
que o amor que você
é capaz de dar
...
assim como o que
você é capaz
de receber
nada mais são
do que reflexo


- na exata medida


- do quanto você
permite
expressar
seu coração
...


Rosana Braga
Jornalista, Escritora e Consultora em relacionamentos afetivos


e é isso


PONTES!


não é?




em outubro
2o1o


antoniOCarlos...quase
1/2 beijo cheio!

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