sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mulher Polvo & Homem Cobra I






Propaganda enganosa


Propaganda enganosa,
mas hormonalmente verdadeira!


Quando o cobra
a viu pela primeira vez,
sentiu-se tremendamente
atraído por ela.

O mesmo aconteceu
com a polvo,
que ficou impressionadíssima
com ele.

Ambos sentiram na pele
que algo muito diferente
estava acontecendo.

Adrenalina, endorfina
e outras “inas”
começaram a ser
descarregadas no sangue.

O coração queria saltar pela boca
e o corpo estremecia
de emoções e prazer...

Até parecia
que se procuravam
havia muito tempo.

Eis que, de repente
estavam frente a frente
com a sua cara-metade,
sua alma gêmea encarnada.

Bastou que seus olhares
se encontrassem
para sentirem
uma vontade imensa
de se aproximar.

Ao primeiro ai!
que cada um disse,
o outro se encantou
com o mavioso som
que envolvia seus ouvidos.

A voz de um
fazia o corpo do outro
vibrar.

Nunca na vida
o cobra falara tanto
nem a polvo ouvira outra pessoa
com tamanho interesse.

Não se cansavam de conversar.

O que um dizia
despertava no outro
um compartilhar maravilhoso.

Um assunto trazia outro,
que trazia um terceiro,
todos engraçados e interessantes.

Parecia que só os dois
existiam no meio de tanta gente...

Nem perceberam o tempo passar.

O cobra sentia
uma vontade louca de beijá-la.

Entre uma palavra e outra,
percebia como o corpo
daquela mulher era escultural.

A polvo nunca se sentira
tão protegida, respeitada
e cuidada por nenhum outro homem...

Falavam de tudo,
menos do que realmente
estavam sentindo.

Mas o que as palavras não diziam
os olhos já estavam transmitindo
havia muito tempo.

A despedida foi um sofrimento.

Não queriam
que esse momento chegasse,
e tudo era motivo
para falarem um pouquinho mais.


Como se estivessem
vivendo felizes num sonho,
eles não queriam acordar.

Depois desse primeiro encontro,
a insegurança despertou-lhes
muitas dúvidas.


Ambos estavam certos
de ter vivido
o "amor à primeira vista",
mas receavam que
tudo não tivesse passado
de um sonho
e que a magia
não se repetisse no reencontro.

O que havia entre eles
era tão precioso quanto frágil
e poderia ruir
num leve sopro de decepção.

O cobra evitava ligar para a sua amada.

Ele não se arriscaria
a um mal-entendido
que pudesse colocar a polvo
como dona da situação.

Ela também receava
procurá-lo e parecer
"uma garota muito fácil”..

Uma polvo sabe
que um cobra valoriza
a conquista de algo
que nenhum outro conseguiu,
mas despreza
o que lhe foi fácil obter.

O grande trunfo da polvo
é proporcionar ao cobra
a sensação da conquista,
quando, na realidade,
é ela que determina
os passos dele.

Um esperava o sinal do outro.

Haviam se gostado tanto
que ansiavam por uma
reaproximação perfeita.

A polvo já ligara
para todas as amigas
e colhera informações
sobre o pretendente
com o melhor amigo dele.

O cobra mergulhou
profundamente em si mesmo
para definir a melhor estratégia de ação,
pois isso, sim,
era de sua competência...

Enfim, chegou
o tão esperado e decisivo reencontro.

Todas as dúvidas
se dissiparam no primeiro sorriso,
e aqueles tormentosos
momentos de expectativa
sumiram para dar lugar
ao clima maravilhoso
que já conheciam.

O que eles imaginavam ser impossível
estava acontecendo:
o toque das mãos,
os corpos em sintonia,
as energias esquentando o casal...

Foram se descobrindo
e notando que tudo
era ainda melhor
do que no primeiro encontro.

Vieram o toque,
o abraço e o beijo,
que marcou um novo
e inconfundível momento
de entrega mútua.

Ele jamais colocara
tanto amor num beijo,
e ela percebeu quanto era desejada.

A polvo o recebia
dentro de sua boca,
mas também já queria
recebê-lo por inteiro.

O cobra começava
a estar dentro dela
e queria cada vez mais
conquistar aquele território.

O que o cobra mais desejava
era ter sexo com ela,
fazê-la chegar ao orgasmo
nunca antes atingido,
torná-la sua para sempre.

A expressão máxima
do amor do cobra
é possuir a sua fêmea.

O que a polvo mais queria
era sentir-se amada
e desejada por ele,
pertencer-lhe
para todo o sempre.

A expressão máxima
do amor da polvo
é cuidar do seu homem
e dar-lhe muitos filhos.

Mas o cobra sabe que,
para possuir a fêmea,
deve cuidar dela e protegê-la,
impedindo que outros cobras
se aproximem.

Ele tem de colocá-la
em seu território,
sob seu absoluto controle
- ainda que deseje
espalhar seus genes
além do seu território,
em fortuitos encontros
com outras fêmeas.

A polvo se excita
só de sentir
quanto é desejada pelo cobra.

A expressão do seu amor
é ter o homem sempre consigo,
nos seus braços, nutri-lo,
agasalhá-lo, acariciá-lo, beijá-lo
e dizer muitas e muitas vezes
quanto o ama.


O casamento se torna inevitável,
determinando uma mudança radical
para o cobra.

Agora ele tem de ser fiel à polvo
e renunciar ao seu instinto
de divulgador de genes para o mundo.

A polvo também se transforma.

Manter o território em ordem
passa a ser sua maior preocupação,
atitude que exige também do cobra.

E ele, que jamais pensou nessas coisas,
tem de colaborar
com a ordem, a higiene
e até com a beleza de seu território.


O que talvez o cobra nem suspeite
é que tudo está escrito
nos seus cromossomos,
na sua genética.

Impelido pela testosterona,
o macho procura fêmeas
para espalhar seus genes mundo afora.

Mas nada lhe garante
que a fêmea perpetuará seus genes,
daí a necessidade biológica
de mantê-la sob seu poder.

Já para a fêmea,
a descendência está assegurada
mesmo que ela tenha filhos de vários pais.

Para atrair o macho,
ela precisa ter quadris largos
que agasalhem bem a gravidez,
seios fartos para alimentar os filhos dele
e beleza, gerando belos machos que,
por sua vez, atrairão suas fêmeas.

Mas, como a natureza
deu ao homem o instinto
da autopreservação,
ele primeiro satisfaz
as próprias necessidades e desejos
para depois pensar
na perpetuação da espécie.

Primeiro o sexo,
depois a paternidade.

O que o cobra não sabe
é que ele,
que se sente tão conquistador,
foi na verdade atraído pela fêmea no cio.

Quanto à polvo,
talvez não imagine quanto ela
se torna sexualmente atraente
pela inundação do estrogênio,
o hormônio que a leva para o cio.

Sua pele fica mais sedosa,
seus cabelos mais exuberantes,
seus lábios mais carnudos.

Ela escolhe trajes minúsculos,
berrantes e ousados,
que cobrem o mínimo possível
de sua pele.

Seus movimentos se tornam ondulantes,
seus seios ficam mais cheios
e pulam para fora de tudo
o que é usado para controlá-los.

Até sua voz fica mais sedutora
– tudo determinado pelos cromossomos,
para demonstrar como ela pode
agasalhar bem os genes de um macho.

E eles que se cuidem,
pois são escolhidos
conforme sua capacidade
de prover e proteger bem
as fêmeas e seus filhos,
garantindo sua sobrevivência.

Portanto, é preciso ter
ombros largos, músculos fortes,
boas mandíbulas,
ar inteligente,
olhar esperto e competitivo,
até mesmo mostrar-se agressivo
para se sobressair
dos demais machos.

Mesmo que, após o cio,
o óvulo não tenha sido fecundado
por um dos 300 milhões
de espermatozóides
que se lançam freneticamente
à sua procura,
a mulher entra na fase da progesterona.

É o preparo para a maternidade,
que a torna menos receptiva ao macho.

Quanto mais aumenta
o nível de progesterona,
mais as roupas cobrem o corpo
e menos a fêmea permite
a aproximação do sexo oposto.

Ela fica avessa aos machos
e pode tornar-se irritada, agressiva,
depressiva e inchada.

Dorme de costas para o companheiro
- e ele, caso tente se aproximar,
pode até levar um coice...

O cobra não tem
o hormônio da paternidade,
só o do reprodutor.

Ele não entende nada
do que está acontecendo.

Dias atrás,
ela até pulava em cima dele.

Agora, sem que nada
tenha acontecido,
ela o rejeita.

No seu raciocínio
de causa-efeito,
ele logo conclui:
ela só pode estar tendo um caso!

Mas a polvo,
usando um dos seus tentáculos,
pode acolher o companheiro
como a um filho.

Ela fica com pena dele,
coitadinho, tão necessitado...

Não custa nada "deixá-lo ir";
afinal, ele é apenas um macho
que só pensa "naquilo".

Se é "bom" para ele,
ela também fica feliz...

Os cromossomos
determinam a vida sexual
de todos os animais,
inclusive a dos seres humanos.

Talvez a única diferença fundamental
seja o "como somos"
da espécie humana,
que nos dá a racionalidade e,
conseqüentemente,
a inteligência, a criatividade
e motivações muito diferentes
das simplesmente biológicas.

Assim, o "como somos"
criou o amor,
a espiritualização
e a educação,
transformando
o simples ritual biológico
do instinto sexual
numa história de amor
única e verdadeira
para cada
casal de amantes.

A propaganda enganosa
fica por conta dos cromossomos,
que continuam determinando
novas atrações
- que, por sua vez,
o "como somos"
teima em chamar de paixões,
romances, idílios,
galanteios, sonhos,
devaneios...

O homem-cobra
jura eterna fidelidade,
enquanto seu instinto sexual
o instiga a espalhar genes
pelo mundo agora.

A mulher-polvo promete
"dar filhos ao seu homem",
mas dificilmente os entrega...


Homem Cobra, Mulher Polvo - Içami Tiba
1ª parte...


amanhã tem mais...rs

2010
antoniOCarlos
mas se precisar...pode me procurar

Frase do dia: Abra bem os olhos antes de casar. Mantenha-os semicerrados depois.


Música :- TENDÊNCIAS - IVONE LARA & FUNDO DE QUINTAL.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. A la re-pucha!!!
    Tony, menos mal que avisaste que mañana habrá más...rsS!
    Vendré preparada con una dosis extra de suero antiofídico! rsS!
    La cobra (en español pertenece al género femenino, aunque se trate de un súper macho!) rsS! No hay duda de que es una/un implacable inoculador!
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk KKK!

    Llorando escamas...rsS!

    ResponderExcluir
  3. Eliminé el primer comentario, porque las lágrimas escamosas nublaron mi visión, digité lleno de errores!!
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!

    ResponderExcluir