segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Volver








Volver
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Eu sinto no piscar
das luzes distantes
que elas estão marcando
meu retorno
.
São as mesmas
que iluminaram
com seus pálidos reflexos
horas profundas de dor
...
E embora eu não quisesse
regressar,
sempre se volta
ao primeiro amor.

À rua velha onde o eco disse :
Tua é sua vida,
Teu é o seu querer,
debaixo da vista das estrelas
que com indiferença
hoje me vêem voltar

Voltar.
Com a testa marcada,
pelas neves do tempo
que pratearam meus cabelos...

Sentir.
Que a vida é um sopro,
que vinte anos não é nada,
que é febril a visão,
errante nas sombras
que te busca e nomeia...

Viver...
Com a alma algemada
a uma doce recordação
que me faz chorar outra vez...

Tenho medo
do reencontro com o passado
que volta a desafiar
a minha vida.

Tenho medo
das noites povoadas de saudades
que aprisionam
o meu sonhar.

Mas o viajante que foge,
mais cedo ou mais tarde
detém seu caminhar.

E mesmo que o esquecimento
que tudo destrói,
tenha matado minha velha ilusão,
guardo escondida
uma humilde esperança,
que é toda a fortuna
do meu coração


E viajamos em Volver de Almódovar

Eu acho que quando se gosta muito de um filme
se sai em silêncio da sala.

No caminho para casa pouco se fala ou,
na impossibilidade de isso acontecer
fala-se de outras coisas.

Ri-se, bebe-se até uma cervejinha
com a amiga que nos acompanhou ao cinema,
mas guarda-se um silêncio
que é respeito e admiração
pelo que se acaba de ver
e mais do que ver...

SENTIR.

Depois o filme adormece conosco
e acorda e volta a adormecer.

As horas passam e nós não nos esquecemos,
mas também ainda não conseguimos lembrar.

Em breve pensamos na melhor maneira
de transmitir aos outros
o quanto gostamos do filme.

Dizemos «es remotamente imposible».
E sorrimos.

Uma hora damos conosco
a entoar o tema principal do filme pela rua.
Outra hora, ouvimo-la na rádio
e reconhecemo-la aos primeiros acordes.

VIAJAMOS

Esperamos que a música
não acabe nunca
e que consigamos
aprender de cor todo o poema.

Procuramos como doido uma tradução
e certa hora achamos
que já conseguimos escrever
sobre o NOSSO filme.

Começamos.
Nada.

Fica na cabeça a imagem de Penélope Cruz,
que chora cantando e faz
com que todos viajem juntos,
para uma remota região
de nossas carências / coração...

O refrão lindo de morrer
é de chorar e de saber que
em todos os lugares do mundo
há um universo de complexidades
a serem superadas

em qualquer relacionamento...

VOLVER
SENTIR
VIVER...

Mas temos medo

E o ser humano frágil,
lutando com unhas e dentes
diante do destino.

Cair?
Às vezes é acidental
Encarar, lutar e continuar....
e VOLVER
é obrigatório...

E depois de o ouvir cem vezes,
Escrever?
Mais?
Prá que Moça Bonita?
Pena que não estivestes comigo viajando nestas sensações

Antonio Carlos

fevereiro
2010





Música - VOLVER


Yo adivino el parpadeo
de las luces que a lo lejos
van marcando mi retorno...

Son las mismas que alumbraron
con sus palidos reflejos
hondas horas de dolor..

Y aunque no quise el regreso,
siempre se vuelve
al primer amor.

La vieja calle donde el eco dijo
tuya es su vida,
tuyo es su querer,
bajo el burlon
mirar de las estrellas
que con indiferencia
hoy me ven volver
...
Volver...
con la frente marchita,
las nieves del tiempo
platearon mi sien
...
Sentir...
que es un soplo la vida,
que veinte años no es nada,
que febril la mirada,
errante en las sombras,
te busca y te nombra.

Vivir...
con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez
...
Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida
...
Tengo miedo de las noches
que pobladas de recuerdos
encadenan mi soñar
...
Pero el viajero que huye
tarde o temprano
detiene su andar
...
Y aunque el olvido,
que todo destruye,
haya matado mi vieja ilusion,
guardo escondida
una esperanza humilde
que es toda la fortuna
de mi corazón
...
Musica de Carlos Gardel - Letra de Alfredo Le Pera Compuesto en 1935

Um comentário:

  1. Voy a dejar mi propia nota de color para este hiper colorido film!
    Tony, podés creer que debo subtitular todas las películas de Almodóvar? Pois é! rsS!
    Jamás podría verlas en el cine, mucho menos escucharlas...
    El español de España, rsS! especialmente el de algunas regiones, es absolutamente inentendible para nosotros!
    Todos probamos subiendo el volumen al máximo, pero obviamente no pasa por ahí la falta de entendimiento...pasa por la aceleración vertiginosa de la pronunciación...re-que-te-cerrada/fechada!
    Seguimos sin entender una palabra...pero con el volúmen a full...a los gritos!rsS!
    Es muy irritante!
    Si las películas no fueran tan interesantes, juro que no darían ganas de "Volver" rsS!

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